terça-feira, 3 de novembro de 2009

PESSOAS PRECISAM DE PESSOAS

As pessoas precisam de pessoas. Esta deveria ser a premissa básica da vida. E, as demais, uma consequência da primeira: você é uma pessoa. Logo, eu preciso de você. Mas enquanto vou escrevendo, vou pensando que é preciso viver muito para descobrir o que agora me parece tão simples, tão óbvio, tão lógico: as pessoas precisam de pessoas. O que não significa, também, que não precisamos de um certo distanciamento. Às vezes, é necessário ficarmos sozinhos, voltados para o nosso templo. É nesse silêncio e nesse recolhimento que conseguimos ouvir a voz interior. E ouvindo a voz interior, atentamente e frequentemente, com muito mais facilidade acertamos o caminho. O que nos faz cometer uma série de erros é justamente porque não paramos para pensar. Mas, voltando à ideia principal: as pessoas precisam de pessoas. As pessoas insistem nas coisas: no carro, na roupa, nos aparelhos de última geração (na eterna ilusão de que" tudo isso" pode preencher os vazios da alma). Senão, que "tudo isso" pode comprar afetos. Mas acontece que as pessoas precisam de pessoas. De pessoas que estejam, com as pessoas, pelas pessoas. E é muito, muito bom quando (enfim!) conseguimos "precisar de pessoas". No momento em que atingimos esse patamar, estamos na plenitude da vida. Aprendemos, por exemplo, que "precisar de pessoas" não é sinal de fraqueza, mas índice indiscutível de autoconhecimento. À medida em que nos conhecemos, não temos medo de admitir as nossas necessidades. Aprendemos, também, na plenitude da vida, que o melhor (das pessoas) é o fato de que cada pessoa é uma pessoa, o que vale dizer: as pessoas são únicas e diferentes e surpreendentes. E na mesma proporção em que vamos percebendo que pessoas precisam de pessoas, vamos percebendo que "não precisamos" de tantas coisas. Consequentemente, ficamos mais ricos, mais sábios, mais tranquilos e mais livres. E melhores. Muito melhores!

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