sábado, 31 de outubro de 2009

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

TER OU NÃO TER, EIS A MINHA QUESTÃO

Ter ou não ter. Essa, durante muito tempo, foi a questão. A minha questão. Ter ou não ter um blog. E talvez não o tivesse, não fosse a Teresinha Goulart Nunes. Ela mesma, a esposa do advogado João Deoseno dos Santos Nunes. Ela "decidiu" que eu deveria ter um blog. Afinal (segundo ela) um espaço para eu escrever. Já tive um jornal, já fui colunista de vários jornais. Já tive vários programas de rádio. Tudo, no passado. Pretérito Perfeito!!! Mas acontece que eu "continuo". Ainda "sou" uma porção de coisas: escritora, radialista, advogada, professora de português(isso, para citar só quatro exemplos). No entanto, "ser" sem "ter" fica muito pouco provável. Em outras palavras: ser radialista sem microfone (???) E escritora sem livro (???) E advogada sem escritório (???) Então, volto ao começo: ter ou não ter. Essa, durante muito tempo, foi a questão. A minha questão. Ter ou não ter um blog. E talvez não o tivesse, não fosse a Teresinha insistir no fato: "tem que ter, sim! Um espaço para escrever! Tem que ter, sim! Por que não?" E aí, no dia 28 de outubro de 2009 (hoje, agora, em menos de uma hora) demos à luz o blog a que intitulei BANDEIRA 2. BANDEIRA 2? É, BANDEIRA 2, mesmo. Gosto do nome, gosto de taxistas (sempre confessei que sou fã de taxistas) .E, ademais, se o blog é meu, eu posso lhe dar o nome que me parece mais sonoro. BANDEIRA 2. Está criado. Tenho meu espaço, meu "jornal virtual" e ele se abre para todos os leitores que quiserem me seguir. E me servirá, sobretudo, como a memória de um tempo. Em tempo: a memória do tempo é só o que nos fica, do tempo. Nada mais. E o que são fotos e registros e pedacinhos de papel guardados, senão uma tentativa desesperada de aprisionar coisas e pessoas? ... Um diaa (quem sabe?) vou transformar tudo isso edição impressa (se é que imprensa haverá)de crônicas e farei o lançamento (com sessão de autógrafos, inclujsive) numa Feira do Livro, em Porto Alegre. Por que não? Tudo pode ser, desde que estejamos dispostos a assumir o risco do ser (e do não ser). Há risco nas duas faces da moeda. Aliás, sempre sustentei que "viver é um ato de coragem". O que não significa que eu não tenha muitos medos. Tenho, sim! Medos, covardias, a cabeça tantas vezes enfiada na terra (como avestruz). Tenho, sim! Mas também já não tenho mais idade para inventar que sou, constantemente, forte!!! Já tive essa fase, em que "era preciso estar acima do bem e do mal". Que bom que já passou. Que bom que já passei dos cinquenta (agora sem trema, pois que - gostando ou não - devo me adaptar à nova ortografia, pelo menos até que surja uma insurreição popular, que não surje). Enfim:que bom que já não preciso
"parecer isso ou aquilo". Que bom que tenho um blog! Que bom que tenho uma amiga assim, como a Teresinha, que vai "me atropelando", "me tocando", "me fazendo acreditar que ainda posso". Aliás, que bom que BANDEIRA 2 está só começando.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

TRIBUTO EMERGENCIAL A MICHAEL JACKSON

Existe o mundo. E os mundos paralelos. Aliás, as vidas (todas) são mundos paralelos. Ou, senão isso, são microcosmos que gravitam em torno do macro-mundo, que funciona como palco (ou epicentro) de todos os dramas (que representamos) ou dos papéis (que assumimos). "Mundo, mundo, vasto mundo, se eu me chamasse Raimundo, seria uma rima, não seria solução". Sempre achei genial essa poesia de Drummond. Todavia, há outro "mundo, mundo, vasto mundo" que não seria, só, uma rima. Ou: sequer seria rima! "Mundo, mundo, vasto mundo, se eu me chamasse Michael Jackson" não precisaria rimar, pois que bastaria ser - e ele foi. Não, não importa o que digam. Se isso, se aquilo. E daí? Ele foi. Não foi solução, não foi rima, não foi parâmetro, nem teve (?) um começo definido, um fim presumido, uma história coerente. Mas foi! E porquanto "ser" seja verbo de ligação, Michael Jackson transcendeu a definição e foi além (foi verbo de ligação, sim, uma vez que estabeleceu a ponte entre várias construções desconstruídas). Mas (paralelamente e desafiando a lógica) foi principalmente intransitivo, ou seja, um verbo de significação completa. "Ele, Michael Jackson, um verbo de significação completa???"... Ah!... os mundos paralelos, gravitando em torno do epicentro! Claro: há mundos mágicos e belos e puros e bons. São os mundos largos, amplos, anchos. Mas há espaço (no espaço) também para os "mundinhos, pequenininhos, acanhadinhos e dentro dos quais (obviamente) não cabe o "Mundo Jackson". Um mundo assim, transformista, que se colore e se constrói, descontruíndo. Um mundo que (em trinta segundos) invadiu todos os canais do mundo (do "mundo, mundo, vasto mundo) e demonstrou que (mesmo parado) um "mundo paralelo", em sendo belo, não se submete à expectativa (medida e contida) dos "pequenos-mundos-burgos" e nem a "indesejada das gentes" (destino comum de todos os mundos) nem ela consegue calar a voz que não se cala. E ei-lo, ressuscitado, ele, o "mundo-afro-branco-americano". Será? Ou seria "o mundo-branco-afro-americano"? Melhor ainda: "o mundo-todas-as-cores-sem-pátria" que Michael Jackson desinventou,cantando e dançando, durante 50 anos-luz. "Luz???".... Outra vez, a "voz-dos-mundos-submundos-mundinhos-inhos-tão-pequenininhos" que dentro deles não pode entrar nenhuma "estrela-surpresa" porque não estão programados para nada que fuja às medidas pré-estabelecidas, embora vencidas e eternamente parecidas. E a isso eu chamo "prosa e verso sem ponto sem rima sem métrica sem parágrafo porque não tive tempo de respirar e a pontuação é muito mais respiração e inspiração que propriamente gramática prática(?) da língua portuguesa. Com certeza! Em tempo: não é essa a orientação que sigo quando estou ensinando, posto que "ensinar" é diferente de "viver". Ensino, pontuando. E vivo ao som da pulsação. Da minha pulsação! E ainda com álibi: criar é transgredir. Se não transgrido, não crio.
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